Camilla Schultz – CRP 06/172215
A palavra aceitação aparece com frequência em nosso vocabulário, muitas vezes com uma conotação negativa, como algo ruim, uma posição de passividade ou até uma “positividade tóxica”.
Porém, ao olharmos com atenção para a aceitação, podemos compreendê-la de uma forma totalmente nova. O primeiro ponto é que aceitação e desistência não são sinônimos, como muitos pensam. O ato de desistir parte do princípio de renunciar, deixar de trilhar um certo caminho, fugir de algo na tentativa de evitar nossas dores.
A aceitação, por outro lado, é um processo intencional e consciente que ocorre quando analisamos nossos processos pessoais e os aceitamos como são. Nesse processo, observamos nossas dores buscando identificar o que nos gera incômodo naquela situação e, a partir disso, escolhemos caminhos que estejam alinhados com nossos valores. Isso só acontece quando deixamos de evitar a dor e nos movemos em direção à abertura de nossos sentimentos.
Por meio da aceitação, é possível focar as energias em ações significativas e alinhadas com nossos valores, parando de lutar contra o inevitável. A aceitação permite que estejamos abertos ao que surge e lidemos de forma mais eficaz com o desconforto e a adversidade.
O processo de aceitação não significa que a dor deixará de existir, mas sim que, ao aceitar, torna-se possível vivenciar a situação sob uma nova perspectiva, desenvolvendo uma vida significativa apesar das inevitáveis dificuldades que encontramos ao longo do caminho.